O Secretário de Saúde, José Martins, informou que Fernandópolis segue intensificando ações de prevenção e conscientização para controlar os casos de dengue
OSecretário da Saúde de Fernandópolis, José Martins Pinto Neto, falou com aassessoria de imprensa da Prefeitura após a reunião com os agentes de Saúde noauditório do Paço. Enfermeiro de profissão, professor universitário e portadorde vasto currículo acadêmico, ele entende que não se pode perder tempo e alertaa comunidade para que procure ajuda médica logo que notar os primeiros sintomasda dengue, que já considera como “epidemia”. A seguir, a entrevista doSecretário:
SECOM – Aatual incidência de casos de dengue no município já pode ser considerada umaepidemia?
JOSÉ MARTINS: Sim. É um problema do continenteamericano, do Brasil, do Estado de São Paulo e de Fernandópolis. Toda doençatem o chamado “iceberg epidemiológico”, do qual só se vê a ponta. O NS1 é umaproteína não-estrutural do vírus liberada nos primeiros dias. O ideal é oferecero teste, mas não o temos. Pena, porque esse teste já confirmaria a doença.
SECOM – Dos615 funcionários da Saúde, 203 estão de férias. Existe a possibilidade desuspendê-las?
JOSÉ MARTINS:Nós já analisamos essa situação, mas preferimos manter as férias doscolaboradores. Criamos um Protocolo de Enfermagem, onde os enfermeirosrealizarão atendimentos aos pacientes com dengue ou com suspeita. Então, combase legal na fundamentação jurídica que permite que os enfermeiros façam aprescrição de alguns medicamentos, intensificaremos o atendimento. O Protocolode Enfermagem já foi submetido ao Departamento jurídico e ao Conselho deEnfermagem de São Paulo. Desde ontem (quinta-feira, 9), está implantado.
SECOM – Comoé feito esse atendimento?
JOSÉ MARTINS:As pessoas, quando chegarem pela manhã à UBS, além do médico, também terão oatendimento dos enfermeiros na verificação da suspeita de dengue, porque em vezdo paciente ficar esperando, o enfermeiro já pode solicitar um hemograma ououtros exames que colocamos no Protocolo e a hidratação oral, como uma situaçãoemergencial. Enfim, isso otimizará o atendimento. E, caso o paciente precise dehidratação na veia, será encaminhado ao médico. Quando chegarem os resultadosdos exames, o enfermeiro avaliará: se estiverem dentro dos parâmetrosdesejados, continuaremos acompanhando na UBS e qualquer alteração redundará no encaminhamentoao médico, seja na unidade da UPA ou da Santa Casa, dependendo da gravidade. Oprincipal problema da dengue é a desidratação do paciente. Claro que também sãoobservadas as plaquetas, o que é muito importante, mas o principal é adesidratação do paciente. Se conseguirmos hidratá-lo, o desfecho será muitomelhor. Os enfermeiros são capacitados para colocar em prática as medicaçõesbásicas.
SECOM – Comoestá o movimento na UPA?
JOSÉ MARTINS:A UPA está prestando mais de 400 atendimentos por dia. É importante que opaciente busque atendimento a partir dos primeiros sintomas. Não podenegligenciar, muitas vezes o atraso pode levar ao agravamento.
SECOM – Comoa comunidade deve proceder durante as visitas dos agentes?
JOSÉ MARTINS:Deve receber os agentes em suas casas, eles estarão sempre em duplas e comidentificação. Eles são fundamentais na prevenção e orientação da população,além de manter atualizados os cadastros dos pacientes.